31.8.14

Génios

E ainda isto no Humano, Demasiado Humano: «Como surge o espírito forte (esprit fort)? Esta é, num único caso, a questão da produção do génio. Donde vêm a energia, a força inexorável, a persistência, com as quais o indivíduo, opondo-se ao costume, tenta obter um conhecimento inteiramente individual do mundo?». Gosto daquele parêntesis francês, como se Nietzsche reivindicasse a subtileza de um aristocrata moralista. Mas o que importa, como se viu, não é a virtude, nem a consciência, mas a liberdade, a liberdade integral, que se manifesta através do génio. Ao «espírito forte» permite-se tudo, até a vileza, porque ele está a exercer um domínio pessoal sobre o mundo. Lembro-me então que sempre ouvi chamar «génios» aos fortes meus conhecidos. Quanto aos fracos, estão a mais nesta história.