17.2.15

Leituras desmoralizadoras

Gostava era de poder mudar as minhas leituras juvenis, ou pós-juvenis. Porque eu, basbaque, lia Hölderlin, que é o manicómio das grandes esperanças; e ao longo dos anos nunca encontrei Hölderlin em lado nenhum, excepto nos poemas de Hölderlin. Parece-me hoje que um espírito jovem ganharia mais com leituras atempadas de Darwin aos dias pares e Nietzsche aos ímpares, leituras desmoralizadoras, que nos preparem para o mundo tal como ele é, e não tal como o imaginamos, toldados pelo enamoramento e a esquizofrenia.